25.12.11

Saíamos para os campos muito cedo, a manhã arbusto ainda a bordar o dia.
Líamos a sombra e a luz, de cada uma colhendo a refeição suficiente.

Em cada tarde bastam-nos migalhinhas de pão, bondade da luz bem distribuída,
e nenhum frio nos vai arrefecer a noite. Nem os dias.

11.12.11

Vi nos claustros palavras essenciais, e aprendi a sabê-las em jogos de enleio e fuga, amantes de muita sedução.
Apareciam da aurora até vir o dia cheio, luz furta-cores em negaças, fugindo à memória dos olhos; era preciso esperar mais manhãs. Todos os dias.
O tempo trazia sempre luz, mas as palavras cirandavam a luzir. Despiam-se fechavam-se, deixando sempre pontas de mistério.

O tempo ainda traz as alvoradas e a luz maior.
São outras as palavras e é igual o enamoramento.

1.12.11

Conversitas

Nem sempre é o lado da luz a indicar o caminho.
Como na sedução, é preciso o lado da sombra. Dizias.